segunda-feira, 31 de março de 2014

A valsa de Hopkins

Antes de ser mundialmente famoso como actor de renome e muito antes de ter sido condecorado como Sir, Anthony Hopkins era um jovem pianista. Amante das artes em geral (sobretudo pintura e música) Hopkins chegou a compor peças musicais. Em especial, compôs há 50 anos uma valsa intitulada "And The Waltz Goes On", mas sempre teve medo de a ouvir ao vivo. Por isso esta composição do actor de "O Silêncio dos Inocentes" ficou na gaveta durante cinco décadas. Até agora.
O não menos famoso violinista e maestro André Rieu, foi desafiado por Hopkins a interpretar com a sua orquestra vienense esta peça musical do actor. Neste vídeo o violinista começa por explicar todo o contexto e depois dá início à interpretação da valsa. A valsa composta por Hopkins é inspirada na obra de Strauss, voluptuosa, alegre e quase cinematográfica.
Igualmente interessante é observar as reacções de Anthony Hopkins a escutar, pela primeira vez, a música que compôs há 50 anos. 

domingo, 30 de março de 2014

Haendel para John Zorn (num segundo)

Continua a ser dos inícios de filme mais surpreendentes e impactantes dos últimos 20 anos: a família que viaja para a casa de férias ouve no jipe a música barroca do compositor Haendel. Ambiente familiar, descontraído e delicodoce...
De repente e sem aviso, o ecrã enche-se de vermelho com as letras garrafais do título do filme e com a poderosa, violenta e desconcertante música de John Zorn (Naked City). Era o espantoso prenúncio sonoro para o desencadear da violência desta história.
Trata-se de "Funny Games", filme de 1997 de Michael Haneke, neste vídeo na versão americana do mesmo realizador feita dez anos mais tarde.
Quando em 1997 vi (e ouvi) esta sequência pela primeira vez no cinema, quase que o meu sangue gelou...

sábado, 29 de março de 2014

Filmes e religião

Filmes sobre religião: há bons, médios e maus. Nesta lista de dez filmes sobre religião só há grandes e belas obras-primas.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Hitch em Cannes a fazer pose bizarra

Hitchcock é conhecido por ter fotografias deveras singulares, muitas delas carregadas de humor auto-irónico, negro e sarcástico. Mas não conhecia esta curiosa e divertida fotografia tirada em 1963 na praia de Cannes. 
Hitch era mesmo um realizador muito diferente de todos os outros...

quarta-feira, 26 de março de 2014

O que diz Tarkovski #12

"A arte nasce e afirma-se onde quer que exista uma ânsia eterna e insaciável pelo espiritual, pelo ideal: ânsia que leva as pessoas no caminho do conhecimento da arte. O artista é sempre um servidor, e está eternamente a pagar pelo seu dom que, como por milagre, lhe foi concedido."

Cannes 2014


O mês de Maio aproxima-se e com ele o maior festival de cinema do mundo: Cannes
E esta edição promete ser histórica com grandes nomes da realização e da interpretação presentes.

Senão, vejamos, Cannes 2014 vai contar com novos filmes de:

- Hou Hsiao-Hsien
- Alejandro Gonzales Inarritu
- Tim Burton
- Olivier Assayas
- Wim Wenders
- Tommy Lee Jones (como realizador)
- Ryans Gosling (como realizador)
- Paul Thomas Anderson
- Terrence Malick
- Ken Loach
- Andrey Zvyagintsev
- David Cronenberg
- Mike Leigh
- Laurent Cantet
- Peter Bogdanovich
- Jean-Pierre e Luc Dardenne
- Abel Ferrara
- Nuri Bilge Ceylan
- Noah Baumbach
- ...

Impressionante, não?
Mais informação aqui.

segunda-feira, 24 de março de 2014

A estética, apenas a estética

Repugna-me a ideologia nacional-socialista nazi e a ditadura hitleriana. Mas, paradoxalmente, fascina-me a estética e a propaganda que o regime de Adolf Hitler incutiu junto das massas populares e do poder militar. 
Estas raras fotografias a cores são exemplos impressionantes do poder da imagem e da devoção cega a um líder que levou a Europa à tragédia mais absoluta e horrenda.




domingo, 23 de março de 2014

Tarr e Vig na rádio

Mensalmente colaboro com uma rádio local (Rádio Altitude) com uma rubrica chamada "Teoria da Evolução". Nesta rubrica radiofónica abordo assuntos culturais. Neste caso, faço uma breve resenha sobre o cinema de Béla Tarr e o seu compositor favorito, Mihály Vig
Para escutar, basta clicar no play.

sábado, 22 de março de 2014

10 filmes e 72 horas




Não sabe o que fazer nos próximos três dias? Uma proposta: ocupe as próximas 72 horas, literalmente, a ver filmes. E são precisos apenas 10 filmes para ocupar 3 dias ininterruptos a ver cinema (DVD). Basta recorrer à lista dos dez títulos de maior duração de sempre.

Alguns títulos são clássicos do género histórico, como "Cleopatra" ou "Exodus"; Outros são reflexões sobre a identidade e o destino de um povo, como "Satantango" de Béla Tarr ou "Era Uma Vez na América" de Sergio Leone. Depois há objectos que nunca vi como "Die Zweite Heimat" e "Heimat", cujas durações titânicas devem deixar qualquer espectador mais resistente KO em três tempos.

1 - "Die Zweite Heimat" (1992) - 1532 minutos
2 - "Heimat - A Chronicle of Germany" (1984) - 940 minutos
3 - "Satantango" (1994) - 450 minutos
4 - "Litle Dorrit" (1987) - 357 minutos
5 - "Cleopatra" (1963) - 243 minutos
6 - "Hamlet" (1996) - 238 minutos
7 - "Era Uma Vez na America" (1984) - 228 minutos
8 - "A Maior História de Todos os Tempos" (1965) - 225 minutos
9 - "E Tudo o Vento Levou" (1939) - 220 minutos
10 - "Exodus" (1960) - 220 minutos

quinta-feira, 20 de março de 2014

Estórias e Misérias de Hollywood #3

"O realizador William Friedkin era capaz de chorar quando um figurante atropelava um porco. Mas era conhecido por despedir impiedosamente os seus colaboradores, ou antes, os seus súbditos. Friedkin também não se preocupou quando o avisaram que a actriz Ellen Burstyn coria riscos graves na célebre cena de O Exorcista em que é atirada contra uma mesa pela jovem possuída pelo demónio, interpretada por Linda Blair. Ellen Burstyn ficou para sempre com um problema na coluna."

Edgar Pêra in "Hollywood: Estórias de Glamour e Miséria no Império do Cinema"

quarta-feira, 19 de março de 2014

Centralidade do plano

Neste site pode ver-se o ponto de vista de Stanley Kubrick referente à ideia de plano - muito focalizado na ideia de centralidade visual. Agora surgiu um vídeo que compila muitos planos do realizador Wes Anderson e que segue um exemplo muito semelhante. 
Ou seja, a obsessão pela centralidade simétrica do plano:  É deveras impressionante o rigor geométrico com que Wes Anderson pensa e filma os seus planos.
Só vendo para compreender...

Dafoe como Pasolini?

Primeira imagem do novo filme de Abel Ferara, "Pasolini"
Primeira impressão pessoal e subjectiva: Williem Dafoe assemelha-se demasiado a Williem Dafoe para me convencer que é Pier Paolo Pasolini...

segunda-feira, 17 de março de 2014

Quando estreou "Potemkine"

Durante décadas Portugal viveu sob o jugo do Estado Novo: o povo não tinha acesso à cultura como nos países democráticos. Assim que se deu a revolução do 25 de Abril, uma ânsia apoderou-se da sociedade portuguesa para conhecer os fenómenos culturais fulgurantes que se davam "lá fora".
Era o caso do cinema. O filme "O Couraçado Potemkine" de Sergei Eisenstein, originalmente de 1925, só foi visto publicamente num cinema em Portugal em 1974, na ressaca da liberdade. Veja-se esta fotografia incrível: a população em massa para ver um filme (proibido) do período mudo!
Mais informação sobre esta estreia aqui.

domingo, 16 de março de 2014

20 conselhos para se tornar um escritor segundo Stephen King




1. First write for yourself, and then worry about the audience. “When you write a story, you’re telling yourself the story. When you rewrite, your main job is taking out all the things that are not the story.”

2. Don’t use passive voice. “Timid writers like passive verbs for the same reason that timid lovers like passive partners. The passive voice is safe.” 3. Avoid adverbs. “The adverb is not your friend.”

4. Avoid adverbs, especially after “he said” and “she said.”

5. But don’t obsess over perfect grammar. “The object of fiction isn’t grammatical correctness but to make the reader welcome and then tell a story.”

6. The magic is in you. “I’m convinced that fear is at the root of most bad writing.”

7. Read, read, read. ”If you don’t have time to read, you don’t have the time (or the tools) to write.”

8. Don’t worry about making other people happy. “If you intend to write as truthfully as you can, your days as a member of polite society are numbered, anyway.”

9. Turn off the TV. “TV—while working out or anywhere else—really is about the last thing an aspiring writer needs.”

10. You have three months. “The first draft of a book—even a long one—should take no more than three months, the length of a season.”

11. There are two secrets to success. “I stayed physical healthy, and I stayed married.”

12. Write one word at a time. “Whether it’s a vignette of a single page or an epic trilogy like ‘The Lord of the Rings,’ the work is always accomplished one word at a time.”

13. Eliminate distraction. “There’s should be no telephone in your writing room, certainly no TV or videogames for you to fool around with.”

14. Stick to your own style. “One cannot imitate a writer’s approach to a particular genre, no matter how simple what that writer is doing may seem.”

15. Dig. “Stories are relics, part of an undiscovered pre-existing world. The writer’s job is to use the tools in his or her toolbox to get as much of each one out of the ground intact as possible.”

16. Take a break. “You’ll find reading your book over after a six-week layoff to be a strange, often exhilarating experience.”

17. Leave out the boring parts and kill your darlings. “(kill your darlings, kill your darlings, even when it breaks your egocentric little scribbler’s heart, kill your darlings.)”

18. The research shouldn’t overshadow the story. “Remember that word back. That’s where the research belongs: as far in the background and the back story as you can get it.”

19. You become a writer simply by reading and writing. “You learn best by reading a lot and writing a lot, and the most valuable lessons of all are the ones you teach yourself.”

20. Writing is about getting happy. “Writing isn’t about making money, getting famous, getting dates, getting laid or making friends. Writing is magic, as much as the water of life as any other creative art. The water is free. So drink.”

Stephen King

sábado, 15 de março de 2014

Danny Elfman na animação

"Mr Peabody e Sherman" estreia por estes dias em Portugal. 
É mais um filme de animação dos estúdios Dreamworks Animation. Ainda não vi nem sei se é um bom filme. O que me interessa realçar é que esta  nova animação tem banda sonora de Danny Elfman, quanto a mim, o melhor e mais criativo compositor de cinema dos últimos 20 anos. 
Basta ouvir este tema para identificar o estilo inconfundível de Danny Elfman. Se o filme estiver ao nível da música, já valerá a pena....

quinta-feira, 13 de março de 2014

Hitchcock a dar voltas na campa

Já por diversas vezes me insurgi no blog contra o sistema de Hollywood de remakes e sequelas, como ainda há dias escrevi. Agora parece que os produtores e realizadores não têm vergonha na cara e está em marcha um remake de um clássico que se julgava intocável: "Os Pássaros" (1963) do mestre Alfred Hitchcock.
Se ao menos fosse realizado por um cineasta de culto e com qualidade... Mas não, o realizador que vai ousar profanar a obra-prima de Hitchcock é, nada mais, nada menos, do que um dos mais cabotinos, medíocres, tarefeiros e comerciais realizadores de Hollywood: Michael Bay - autor de filmes tão iníquos como "Transformers" e "Armageddon"!
A notícia sobre este assunto infame aqui.

quarta-feira, 12 de março de 2014

As lágrimas de Diego

Diego Frazão Torquato era um menino feliz. Cheio de vivacidade. Mas a sua vida não foi fácil. Nasceu em 1997 no Brasil e aos 4 anos teve meningite agravada por uma pneumonia. Sobreviveu. E cresceu no meio da pobreza e do crime... 
Apesar dos seus graves problemas de saúde, aprendeu a tocar violino. Era uma forma de escapar à miséria e de se sentir útil. Tinha paixão genuína pela música, chegando a ser a estrela da Orquestra de Cordas do projecto AfroReggae. A sua vida foi salva através da música clássica.
Diego do Violino, como se tornou conhecido, ficou ainda mais famoso porque tocou violino no funeral do seu professor de música no Rio de Janeiro (foi o seu professor, Evandro João da Silva, quem o ajudou a escapar da pobreza e da violência através da música). A imagem de Diego a chorar enquanto tocava correu meio mundo.
Mas o destino parecia traçado e a tragédia apoderou-se do menino Diego e nem a música o salvou: as complicações de saúde complicaram-se (contraiu leucemia), esteve internado durante uma semana e acabaria por falecer em 2010, com apenas 12 anos.

Porém, a fotografia do pequeno Diego a chorar enquanto tocava violino em honra do seu querido professor falecido, continuará a ser uma fonte de inspiração, de esperança e de amor à vida (e à música).

segunda-feira, 10 de março de 2014

O leão na praça da revolta

Há dias houve uma grande manifestação de polícias à frente da Assembleia da República, em Lisboa. Mesmo em frente à escadaria, existem duas grandes estátuas de dois leões. Esta situação fez-me lembrar o o filme "O Couraçado Potemkine" (1925) de Sergei Eisenstein: neste clássico do cinema mudo, ocorre a célebre sequência do massacre da escadaria de Odessa, na qual há elementos em comum com a cena da manifestação em Lisboa. 
Desde logo, a manifestação de massas; depois, a escadaria; e por fim, as estátuas dos leões. A única coisa que não é igual relativamente ao filme (e ainda bem), é que em Lisboa não houve massacre nem violência. E também os leões não se "levantaram indignados" como no filme de Eisenstein.
O realizador russo, exímio esteta da montagem, criou a ilusão do movimento das estátuas dos leões através de uma rápida montagem sequencial: primeiro o leão deitado, depois o leão a acordar, e por fim o leão já erguido - como que a insurgir-se contra a violência que observava.

Eis os três planos sequenciais do filme de Eisenstein:

domingo, 9 de março de 2014

Os auto-retratos de Andy Warhol

Quando era adolescente comprava tudo o que encontrava de Andy Warhol: postais, biografias, livros de pintura e até filmes realizados pelo próprio.
Fascinava-me a sua personalidade, a sua obra artística única que marcou a arte pop, a sua Factory nova-iorquina pela qual passaram tantos artistas de tantas áreas, assim como a sua ligação à música (via The Velvet Underground).
Uma das características mais marcantes no trabalho de Andy Warhol foi o auto-retrato. E ao longo da sua carreira há inúmeros exemplos de serigrafias, fotografias e pinturas cujo objecto é o próprio artista. Julgava que já conhecia todos esses exemplos. Enganei-me.
Ou, pelo menos, não me recordo de ter visto esta série de auto-retratos (de ambiguidade sexual) intitulada "Self-Portrait in Drag" (Polaroid), tirados entre 1979 e 1981, e que faz parte do espólio do The Andy Warhol Museum de Pittsburgh.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Audrey a cores

Por norma e por princípio sou contra a adulteração de imagens. Refiro-me especificamente à coloração de fotografias e preto e branco e, pior, à coloração de filmes que são originalmente a preto e branco.
Mas bem vistas as coisas, sou levado a considerar que esta fotografia doméstica da actriz Audrey Hepburn, tem mais encanto visual na versão a cores do que a preto e branco (original). Porque será?


quarta-feira, 5 de março de 2014

A Grande Beleza (da música)

O filme "A Grande Beleza" de Paolo Sorrentino tem uma notável banda sonora. Todas as músicas deste filme fazem sentido no preciso contexto em que se colam às imagens. Não só no início da festa (com música tecno de gosto muito duvidoso que enfatiza a vacuidade do momento), como nas situações de meditação do protagonista. É o caso da notável e bela canção "My Heart in The Highlands" do compositor estoniano Arvo Pärt. A Grande Beleza não está só nas imagens, mas também nos sons.
Na verdade, paz de espírito é o que se sente ao escutar estes sons e estas palavras.

Selfie dos Óscares: Homer Simpson escandalosamente escorraçado da fotografia!


terça-feira, 4 de março de 2014

Dead Combo: o regresso

Os Dead Combo regressam com um novo álbum: "A Bunch of Meninos". Não sei se o título do disco tem alguma coisa a ver com o célebre filme "The Wild Bunch" (1969) de Sam Peckinpah, mas é bem provável, ou não tivessem os Dead Combo um gosto muito especial pela iconografia western (música e imagens). 
Os músicos, Tó Trips e Pedro Gonçalves, continuam a criar ambientes cinematográficos com fortes influências do imaginário do western, mas também do rock, do fado e de ritmos de várias latitudes planetárias que constroem as canções sempre instrumentais (que se encaixavam tão bem na voz de um Tom Waits!).  São estas características que conferem aos Dead Combo toda a sua originalidade no panorama musical português. 
Pensando bem, a música destes "bunch of meninos" assentaria que nem uma luva num qualquer western violento de Sam Peckinpah.
Aqui pode ouvir-se o álbum (com canções com títulos tão singulares como "Miúdas e Motas", "Hawai em Chelas", "Dona Emília" ou "Snowden's Dream"; e aqui pode ver-se o tema-título "A Bunch of Meninos":

domingo, 2 de março de 2014

Em decrescendo



Dei-me agora conta, por acaso, de como o volume de posts deste blogue tem diminuído ano após ano. Senão vejamos o que dizem as estatísticas - só referentes ao mês de Fevereiro de cada ano de existência d'O Homem Que Sabia Demasiado:

- Fevereiro 2008: 86 posts
- Fevereiro 2009: 74 posts
- Fevereiro 2010: 63 posts
- Fevereiro 2011: 47 posts
- Fevereiro 2012: 42 posts
- Fevereiro 2013: 35 posts
- Fevereiro 2014: 21 posts

Tendo em conta esta tendência, é de prever que em Fevereiro de 2015 publique uns 10 ou 12 posts... 
Já agora, por oposição, o mês em que publiquei mais posts foi em Março de 2008, com o impressionante número de 110 publicações em 31 dias úteis!

Enfim, como já referi, um certo cansaço me impede de actualizar mais frequentemente o blogue. O compromisso futuro será o de publicar menos posts, mas com redobrado interesse e qualidade (desde que desse lado haja ainda alguém para me ler).

NOTA: e acabei de ultrapassar as 4 mil publicações!