quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Uma big band em estado de ebulição

Esta é bem capaz de ser uma das mais delirantes big bands que alguma vez pisou a face da terra.
Chama-se Flat Earth Society, existe desde 1999, são (geralmente) 22 músicos de formações distintas liderados pelo clarinetista Peter Vermeersche. O projecto é originário da Bélgica.
Misturam músicas num caldeirão onde cabe: Frank Zappa, John Zorn, Mike Patton, Duke Ellington, Sun Ra, Henry Mancini, Carl Stalling (compositor de cartoons), Ennio Morricone, Louis Armstrong, jazz, blues, rock, experimental, e o mais que se queira imaginar. O resultado musical é uma orquestra em completa ebulição criativa, em estado de delírio frenético e constante. São todos instrumentistas com elevada técnica mas também com elevada capacidade criativa. Há também um lado fortemente cinematográfico na sua música.
Diversão e profundidade são duas das muitas nuances da big band, que de big band convencional pouco tem. Lançaram em 2013 o último álbum (altamente recomendável) chamado "13" e foi para mim um dos discos do ano.
Diz quem já viu ao vivo os Flat Earth Society que são uma experiência irrepetível, excitante e surpreendente. Acredito. E eu acreditarei na Virgem Maria quando ler a notícia que esta tresloucada e original orquestra vem tocar um dia em solo português.
PS - Em Portugal temos uma big banda muito equivalente: LUME - Lisbon Underground Music Ensemble.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Argumentos no papel

Recentemente Quentin Tarantino desistiu de realizar um filme porque o seu argumento foi tornado público. Ele não foi o primeiro. Veja aqui uma lista de 12 casos em que os argumentistas/realizadores (como Orson Welles, Samuel Fuller ou David Lynch) desistiram, por algum motivo, de filmar os argumentos que não passaram do papel.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Estórias e Misérias de Hollywood #2

"A actriz Vivian Leigh alternava entre estados de euforia e grande depressão. Durante a rodagem de um filme chegou a despir-se e tentou atirar-se de um avião. Nunca chegou a terminar o filme. O seu marido Laurence Olivier internou-a num hospital psiquátrico. Leigh foi sujeita a electrochoques e nunca mais foi a mesma. Perante o insucesso desse tratamento os médicos optaram pelas drogas psicotrópicas, mas nada parecia funcionar e o estado de saúde da actriz foi-se deterioriando. Mais tarde, descobriram que tudo poderia ter sido evitado se tivessem tratado a tuberculose entretanto detectada, responsável pelas perturbações mentais da malfadada actriz".

Edgar Pêra in "Hollywood: Estórias de Glamour e Miséria no Império do Cinema"

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Discutir com títulos de filmes

Esta é daquelas ideias tão simples e originais: um grupo de comediantes com o nome Poykpac (formado por cinco actores) criam sketches num canal no Youtube com bastante sucesso.
O último sketch é magnífico: intitula-se "Movie Title Breakup" e retata o diálogo entre um casal de namorados que rompe o relacionamento e discute num restaurante. Até aqui nada de anormal, não fosse todo o diálogo construído, fluentemente, recorrendo unicamente... a títulos de filmes!
É preciso mesmo ver para perceber:
Trivia: para uma conversa de dois minutos, foram utilizados 154 filmes.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

"A Grande Beleza"


"A Grande Beleza", filme que estreia hoje em Portugal, é um verdadeiro prodígio cinematográfico. Opulento, excessivo, quase barroco, magistralmente bem construído, filmado, imaginado. O realizador italiano Paolo Sorrentino recusa as comparações com o universo de Federico Fellini ("La Dolce Vita"), mas é quase impossível não pensar nesta influência. Nem que mais não seja, pela apaixonada e crítica declaração de amor que Sorrentino faz à cidade de Roma. Uma Roma exultante mas também decadente, bela mas também presunçosa e profundamente hedonista.
"A Grande Beleza" é, mais do que tudo, um título enganador. Há efectivamente muita beleza plástica que ressalta das imagens de monumentos, planos, movimentos de câmara faustosos, mise-en-scène elaborada. Mas há também muita fealdade por detrás das aparências. Porque Sorrentino desfere um duro golpe a uma certa franja fútil da sociedade romana. O estilo ostensivo dessa burguesia é arrasado subtilmente pelo olhar do protagonista, um homem de 65 anos amargurado pelo vazio da sua existência e pelas suas memórias de vida.
E o filme é sobre isso: um dissertação visual melancólica (e efusiva, como na sequência inicial da festa) sobre a condição humana contemporânea. Há muito sarcasmo pelo meio, muitos devaneios e até alguns elementos surrealistas, mas "A Grande Beleza" é feito de todo esse conjunto fascinante das coisas boas e más da vida. A banda sonora é excelente, complementa na perfeição o lado contemplativo do filme, assim como também acentua o lado mais feérico e excessivo, como na irresistível sequência inicial da festa hedonista.
Trailer:
  

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Hitchcock: o site definitivo

É o melhor e mais completo site que conheço sobre o realizador cujo filme dá nome a este blogue: Alfred Hitchcock. 
"The Alfred Hitchcock Wiki" é isso mesmo: uma espécie de wikipedia unicamente especializada na vida e obra de Hitchcock. Tem lá quase tudo, desde milhares de fotografias, listas de livros editados sobre o cineasta, edições recentes em DVD e Blu-Ray, ensaios, textos críticos, etc, etc. Foi criado há já 11 anos e continua a ser diariamente actualizado.
Um fascinante manancial de informação sobre o mestre Hitch.
Para abrir, aqui.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Remakes & sequelas, não obrigado

Recentemente estreou o filme "Carrie", remake do clássico de Brian De Palma filmado em 1976. Eu não vi nem quero ver. Geralmente e por princípio, sou contra remakes. São raros os remakes que são superiores ao filmes originais. E por vezes piores do que remakes são as inefáveis sequelas, que não acrescentam valor nenhum ao filme original (compare-se a trilogia de "O Padrinho" com "Matrix", por exemplo).

Mas há filmes que, pelas suas características artísticas, estéticas e de culto, dificilmente algum produtor terá coragem de fazer um remake (mas enfim, sabemos que em Hollywood há malucos para tudo). Assim, duvido que algum produtor, realizador ou estúdio de cinema arrisque fazer remakes ou sequelas de filmes como:

- "A Noite do Caçador" 
- "Blade Runner" 
- "Eraserhead" 
- "Reservoir Dogs" 
- "Aguirre: A Cólera de Deus" 
- "The Wild Bunch" 
- "A Laranja Mecânica" 
- "Blue Velvet"
- "Stalker" 
- "Morte em Veneza" 
- "Paris, Texas" 
- "Seven"
- "Ladrões de Bicicletas" 
- "O Eclipse" 
- "A Pianista" 
- "Lost in Translation" 
- "Hiroshima meu Amor" 
- "A Estrada" 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Squarepusher e a música para robôs




Squarepusher (nesta foto) é um músico que admiro há muitos anos. Tom Jenkinson (nome verdadeiro) tem desbravado - desde meados dos anos 90 - alguma da mais inovadora música electrónica dos últimos 15 anos. Para além de um notável instrumentista (toca viola-baixo), é um criativo da electrónica, capaz das mais intrincadas e fascinantes derivações musicais. 
"Feed Me Weird Things", editado em 1995, foi a primeira obra-prima de Squarepusher que veio revolucionar muita coisa na música electrónica e na criação musical digital, fazendo uma inovadora fusão de jazz e drum'n'bass. Ainda no verão passado teve uma experiência fantástica com uma orquestra clássica que pode ser vista (é bom de ver e ouvir!) aqui.

Mas Squarepusher não pára de inventar novas formas de expressão musical: desta vez, aceitou o desafio de um grupo japonês ligado à robótica e compôs música para... uma banda de robôs! Os robôs em causa, chamados Z-Machines, já não são propriamente novidade, mas este projecto é original: Squarepusher escreveu música especificamente para estes três robôs chamados Mach, Ashura e Cosmo. O robô guitarrista consegue tocar com 72 dedos e o baterista com 22 braços! São recursos de execução que superam qualquer capacidade humana, e Squarepusher o que fez foi música a pensar em tirar o máximo partido destas possibilidades. O resultado é estonteante. Música do futuro feita no presente, música interpretada por robôs que mais nenhum humano poderia tocar (percebem isto quando a partir do meio da peça musical a complexidade técnica ultrapassa tudo o que se possa imaginar).
Mas não é tudo: Este é apenas um tema que Squarepusher escreveu para as Z-Machines, uma vez que já no próximo mês de Abril, a prestigiada editora discográfica Warp, vai lançar um EP com mais cinco músicas para estes máquinas musicais. O título não podia ser mais sintomático: "Music For Robots". Ver aqui mais informação.
Agora abram este vídeo em toda a largura do ecrã do computador e deleitem-se com música criada pela mente criativa de um humano, mas interpretada superiormente por máquinas futuristas, as Z-Machines:

domingo, 16 de fevereiro de 2014

"Her" - O amor não escolhe fronteiras


"Her - Uma História de Amor" de Spike Jonze é um filme original sobre um amor original. De resto, da mente criativa de Spike Jonze só podia resultar numa história invulgar. Mais: uma história tão invulgar que consegue ser verosímil. Nas mãos de outros realizadores (por exemplo, Spielberg), esta história de um homem deprimido (fantástico Joaquin Phoenix) que se apaixona (e o amor é retribuído!) por um sistema operativo informático, resultaria numa xaropada completa e sem sentido.

Na visão iconoclasta e moderna de Jonze, habituado aos universoScarlett Johansson, ajuda a compreender o fascínio do personagem de Phoenix pelo seu sistema operativo. E já não sentíamos emoção nesta relação entre o homem e a máquina desde que Stanley Kubrick imaginou o computador Hal 9000 no clássico de ficção científica "2001 - Odisseia do Espaço" (1969).
s mais surreais e a um imaginário prolífero (mas muito humano), "Her" cumpre e convence. Que a voz do computador Samantha seja da sedutora

Mas esta obra de Spike Jonze é mais do que uma relação futurista sobre novas formas de relacionamento humano - máquina. É também um fascinante estudo sobre a solidão do homem contemporâneo em busca do amor e de compreensão num mundo virtual cada vez mais omnipresente. A direcção artística do filme é brilhante (espaço urbano, decoração, adereços, vestuário...), as interpretações idem, a realização é segura e a fotografia dá-nos cores difusas como que a acentuar a atmosfera difusa da relação inusitada.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

As fotos de Kubrick em Portugal

Qualquer cinéfilo sabe que Stanley Kubrick foi fotógrafo profissional antes de se dedicar por inteiro ao cinema. Mas talvez poucos saibam que Kubrick esteve pelo menos uma vez em Portugal enquanto fotojornalista da revista "Look". Foi em Maio de 1948, tinha o cineasta apenas 20 anos.
Kubrick esteve pelo menos em Lisboa e na Nazaré e tirou belas fotografias da 'portugalidade' daqueles anos:

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

As rugas da vida

"Rugas" é um belíssimo filme de animação espanhol sobre temas ainda tabus na sociedade actual: os velhos e o que fazer com eles. Baseado numa novela gráfica premiada de Paco Roca, o realizador Ignacio Ferreras adaptou a banda desenhada de forma exemplar, com um enorme respeito pelo traço e pela estética do seu criador.
"Rugas" aborda directamente e de forma frontal a velhice e todos os seus principais problemas: a perda de memória (Alzheimer), decadência física, dependência para tarefas quotidianas, a depressão, o afastamento da família, a frieza da institucionalização em lares, as relações sociais nestes espaços, etc. Paco Roca conta que teve a ideia de fazer esta BD quando pensou que havia muito pouca BD dedicada ao tema da terceira idade. Perante o envelhecimento dos seus pais (com 80 anos), o artista resolveu contar esta história sensível e realista sobre a vida de vários idosos num lar.
Um filme de uma surpreendente sensibilidade no tratamento do tema, com momentos comoventes (e não lamechas), divertidos e que obrigam à reflexão sobre o papel que os idosos devem ter na sociedade.
Ah, e a dobragem dos diálogos para português é excelente!
Mais informação no site oficial.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Estórias e Misérias de Hollywood #1

"O realizador alemão F.W. Murnau, célebre autor de 'Nosferatu', emigrou para Hollywood em 1926, onde filmou a soldo da Fox o oscarizado 'Aurora'. Murnau também ficou conhecido pela sua morte num acidente de viação, a bordo de um Rolls-Royce conduzido por um filipino de 14 anos. As boas línguas da imprensa sensacionalista afirmam que Murnau morreu a fazer 'felatio' ao motorista.
Apenas 11 pessoas compareceram ao funeral de Murnau, mas talvez não fossem precisas mais: entre elas contavam-se o realizador de documentários Robert Flaherty, Fritz Lang, o actor Emil Jannings e a diva Greta Garbo."

Edgar Pêra in "Hollywood: Estórias de Glamour e Miséria no Império do Cinema"

Tati!

Eis uma colecção imperdível para os cinéfilos fanáticos (como eu) do realizador francês Jacques Tati: integral da filmografia em Blu-Ray de Tati, cópias restauradas, dezenas de extras e um livro com dezenas de páginas. Esta caixa especial custa 72€, um preço justíssimo tendo em conta a grande qualidade e importância da edição.
Mais informação aqui.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Robert Redford náufrago

O filme "All is Lost" ("Quando Tudo Está Perdido") estreia esta semana nos cinemas portugueses. Eu já vi e gostei. Trata-se de um sugestivo exercício de cinema minimalista com um único actor - o surpreendente septuagenário Robert Redford. 
Redford interpreta um solitário marinheiro (de quem não sabemos nada) que navega mar adentro. De repente, o seu barco bate num contentor à deriva e abre um rasgo no casco... É o princípio de uma incrível aventura de sobrevivência contra terríveis adversidades e uma luta inebriante pela sobrevivência. E essa luta é verosímil e o esforço notoriamente humano.
Apesar da idade, Robert Redford interpretou todas as cenas fisicamente difíceis, e à custa da sua tenacidade tem sido alvo de rasgados elogios. Apesar de apenas ter um actor, "All is Lost" não é um filme monótono: desde o início prende o espectador perante o suspense da evolução da história. A realização é competente (planos muito pouco vulgares do barco e do mar) e a música envolve e cria mistério.
Altamente recomendável, portanto.
 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

"Manhattan" vs "Koyaanisqatsi"

Que belo e tão simples exercício: alguém se lembrou de pegar no filme "Manhattan" de Woody Allen  e na sua famosa  sequência inicial e transformá-la numa filme assinado por... Godfrey Reggio. Este realizador é o autor da extraordinária Trilogia Qatsi, já por diversas vezes abordada neste blogue. O primeiro filme desta trilogia, "Koyaanisqatsi" (1982), foi um marco inovador no documentário não-narrativo, pela forma como foi filmado, pelo poder das imagens e pela relação com a inspirada música do compositor Philip Glass. 
Voltando ao início: alguém adaptou a música que Glass compôs para o filme de Reggio e colou-a na sequência inicial do clássico de Woody Allen. Adaptou também o título do filme para se assemelhar ao título vermelho de "Koyaanisqatsi" e não mexeu na montagem original. O resultado é desconcertante e será melhor percebido quanto mais o leitor conhecer ambos os filmes (e música) citados: é como se "Manhattan" tivesse mesmo sido feito sob a visão estética de Godfrey Reggio, tal o encaixe perfeito entre as imagens e preto e branco e a música.
Pequenas experiências do YouTube que conferem um outro significado aos filmes e à música.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Seymour Hoffman: as reacções

Mia Farrow, Susan Sarandon, Steve Martin e Val Kilmer foram apenas quatro actores que manifestaram publicamente (via Twitter) o seu pesar pelo desaparecimento abrupto de Philip Seymour Hoffman. Palavras sentidas de homenagem e respeito pela morte de um grande artista.
Ler aqui outros testemunhos.

Grandes filmes antes dos 30 anos

Neste post - bastante comentado - abordei os primeiros grandes filmes realizados por jovens cineastas. Aquelas primeiras obras fabulosas que marcaram a restante filmografia do cineasta e até da história do cinema. Mas nem todos esses realizadores eram jovens realizadores. Quantos realizadores se podem orgulhar de terem feito primeiras obras de inexcedível qualidade antes dos 30 anos de idade?

Eis quinze filmes da minha preferência pessoal no rol de cineastas que assinaram filmes superlativos até aos 30 anos de idade (ordenados por ordem crescente de preferência, título do filme, ano, realizador e respectiva idade à data da realização do filme):

15 - "As Aventuras de Pee Wee" (1985) - Tim Burton (27 anos)
14 - "Little Odessa" (1994) - James Gray (24 anos)
13 - "Paths of Glory" (1957) - Stanley Kubrick (29 anos)
12 - "American Graffiti" (1973) - George Lucas (29 anos)
11 - "Os 400 Golpes" (1959) - François Truffaut (27 anos)
10 - "Sherlock Jr." (1924) - Buster Keaton (29 anos)
9 - "Magnolia" (1999) - Paul Thomas Anderson (29 anos)
8 - "Reservoir Dogs" (1992) - Quentin Tarantino (29 anos)
7 - "Pi" (1998) - Darren Aronofsky (30 anos)
6 - "Duel" (1971) - Steven Spielberg (25 anos)
5 - "Sexo, Mentiras e Vídeo" (1989) - Steven Soderbergh (26 anos)
4 - "Magnificent Ambersons" (1942) - Orson Welles (27 anos)
3 - "Un Chien Andalou" (1929) - Luís Buñuel (29 anos)
2 - "Citizen Kane" (1941) - Orson Welles (26 anos)
1 - "O Couraçado Potemkine" (1925) - Sergei Eisenstein (27 anos)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A morte de um dos grandes

Desapareceu hoje um dos maiores actores da sua geração: Philip Seymour Hoffman.
Impressionou-me logo no primeiro filme em que o vi: "Felicidade" (1998) de Todd Solondz. Seguiram-se grandes interpretações nos anos seguintes em filmes marcantes como "Magnolia" (1999), "Punch-Drunk Love" (2002), "Capote" (2005 - na imagem no filme que lhe valeu um Óscar), "Doubt" (2008) ou o recente "The Master" (2013).
Espero que a próxima cerimónia dos Óscares se digne a fazer-lhe uma merecida e justa homenagem.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O mapa musical de Tom Waits




Tom Waits é um extraordinário escritor de canções, um dos maiores dos últimos 30 anos. É sabido que compôs largas dezenas de grandes canções sobre os mais variados temas, desde prostitutas a cidades desertas. 
Ora, soube agora que existe um site só dedicado às canções que Tom Waits escreveu sobre dezenas de cidades de todo o mundo. O site só podia chamar-se "The Tom Waits Map", porque é disso que se trata: um site com as localizações de cidades sobre as quais Tom cantou ao longo de três décadas de carreira. É certo que a maioria das canções estão localizadas em cidades e vilas dos EUA, mas há muitas outras que estão referenciadas na Europa, em África e na Ásia. 
Para aceder à informação de cada cidade, basta colocar o curso do rato em cima de cada seta vermelha e visionar a informação: indica a cidade, o título da canção, a parte da letra a que se refere a cidade e qual o álbum e ano a que pertence. Muito interessante, numa perspectiva musical-geográfica. Ao vaguear pelo mundo com o nosso rato de computador, compreendemos que Tom Waits escreveu canções tão boas sobre uma terra perdida no meio dos EUA, como sobre uma cidade asiática.
E já sei o que estão a pensar (leitores portugueses e brasileiros), mas eu dou já a resposta: sim, há uma canção sobre Portugal, mas não há nenhuma sobre o Brasil.
Abrir o mapa para partir à descoberta.