quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sopro de vida


"Baraka" é uma palavra sufi que significa "Sopro de Vida" ou "Benção".
E "Baraka" é um sublime documentário (1992) sem legendas nem narração em voz-off (no estilo da obra-prima "Koyaanisqatsi" de Godfrey Reggio) sobre a natureza e a condição humana no planeta Terra, revelando os contrastes entre civilizações muito diferentes.
No fundo, é um filme que enaltece a humanidade (mesmo que mostre a destruição e a degradação humanas) e a relação entre distintas raças, religiões, línguas e culturas. Realizado por Ron Fricke (ex-director de fotografia de "Koyaanisqatsi"), "Baraka" é um hipnotizante poema visual filmado em estilo "time-lapse" e "super slow-motion", no qual as imagens incluem rituais religiosos, maravilhas naturais, processos de mecanização e diversos estilos de vida. Sendo um documentário visual, a música desempenha um papel fundamental, desde logo, com a fabulosa música original de Michael Stearns; depois, com a inclusão do clássico tema "The Host of Seraphim" dos Dead Can Dance.
Particularmente impressionante é esta sequência de 6 minutos e 39 segundos: um ritual religioso (não consegui identificar a origem) seguido de espantosas imagens da natureza. Superiormente filmado, com uma leveza e elegância estética a toda a prova, "Baraka" em geral e esta sequência em particular, influenciaram grande parte da linguagem visual dos documentários, reportagens e publicidade dos últimos 20 anos. 
Pegando no significado do título do filme, é um portentoso "sopro de vida" e um hipnótico sopro de cinema.

3 comentários:

Carlos de Figueiredo disse...

Apenas a título de curiosidade, a performance em causa chama-se Kecak e é tradicional da ilha de Bali, na Indonésia.

http://en.wikipedia.org/wiki/Kecak

Unknown disse...

Carlos: obrigado pela informação.

pg disse...

E mais, o Mike Patton fez uma alusão a este lindíssimo ritual no "Goodbye Sober Day" dos Mr Bungle - http://youtu.be/SbA24Rn6TLQ (no minuto 2:40)