terça-feira, 29 de novembro de 2011

Uma nova era para a imagem

Desde que conheci o alucinante e inovador espectáculo visual, "ISAM", do Amon Tobin que comecei a interessar-me, mais a sério, pela criação visual virtual e de "video mapping". Com a tecnologia digital e multimédia disponível, de há uns anos para cá, tem surgido uma nova geração de artistas visuais que inovam nos conceitos de espectáculo multimédia. A ambição é de tal ordem que já não chega apresentar os trabalhos em salas de espectáculos convencionais. Têm de ir para o exterior, aproveitando as fachadas de enormes edifícios para os transformar e lhes dar, digamos, "vida" (também recorrendo à tecnologia 3D).
O resultado é quase sempre um trabalho colossal de programação informática ao mais alto nível da sofisticação, um deslumbramento visual impensável há meia dúzia de anos atrás. É todo um mundo novo de imagens e experiências audiovisuais que se abre, com possibilidades plásticas e estéticas impressionantes. Há já, até, festivais internacionais dedicados a esta nova tendência artística. Já conhecia algumas experiências do género, mas fiquei hoje deveras impressionado quando me mostraram o vídeo em baixo. Trata-se de um colectivo de 4 artistas designado AntiVJ (considerado um dos melhores do mundo) que se dedica a intervir em espaços abertos, construindo para tal, trabalhos virtuais que desafiam o olhar.

Basicamente, é isto: uma projecção virtual de 5 minutos numa enorme fachada (lisa) de um prédio. O som e a música são essenciais para perceber a dimensão artística do feito (a sincronia entre imagem e som é perfeita). Há um imprevisível processo de metemorfose de formas, construção e desconstrução de linhas e texturas, como se do nada surgisse matéria e se transformasse a cada novo segundo. O público assiste ao vivo - certamente atónito - a toda esta parafernália visual. Dada a complexidade deste trabalho e ao facto de ser uma produção muito cara, apenas tem 5 minutos de duração, dos quais os últimos dois são verdadeiramente incríveis (o ideal é ver em ecrã cheio e com o volume de som elevado).
Uma nova era da imagem já começou, portanto.

1 comentário:

j disse...

Esteve em Braga este mês, com Murcof, no Festival Semibreve. Foi uma experiência cósmica!
http://www.youtube.com/watch?v=uFl4RBQ-lZQ