quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A cidade dos jovens suicidas


Uma coisa é falar dos suicídios de artistas, gente que já viveu muito, homens e mulheres com longa experiência de vida social e artística (como eu falei aqui). Outra coisa é falar de suicidas que mal saíram da idade da puberdade tardia. É o que tem acontecido no estranho caso em Bridgend, no País de Gales: em apenas um ano, suicidaram-se 17 adolescentes por aquelas terras. A 17ª vítima era uma jovem de somente 16 anos. Na semana passada, dois primos (na imagem), de 15 e 20 anos de idade e ambos de Bridgend, morreram num período de dois dias. Consta que existe um pacto colectivo de suicídio combinado por Internet. Por outro lado, os pais acusam os meios de comunicação de especulação e de manchetes sensacionalistas que só motivam mais os jovens a tomar esta decisão extrema de acabar com a vida. A polícia desmente o pacto afirmando que eram todos jovens com “grandes problemas”. E os outros milhões de jovens que, por todo o mundo, têm “grandes problemas”, porque não se suicidam desta forma colectiva? Seja como for, é um fenómeno bizarro e chocante. 17 mortes por suicídio entre a comunidade jovem, numa cidadezinha de apenas 130 mil habitantes (onde toda a gente se conhece), é algo que foge a qualquer explicação racional e objectiva. E é um fenómeno assustador pela dimensão e pela quantidade de mortes. Um fenómeno de estudo sério, de reflexão cuidada para sociólogos e psicólogos. Um fenómeno que encosta à parede pais e educadores, dada a violência e aparente irracionalidade dos factos.
PS – Lembremo-nos que em muitos países o suicídio é a segunda ou terceira causa de morte entre crianças e adolescentes, logo após os acidentes ou doenças graves.

1 comentário:

Andreia disse...

parece então que há cada vez mais trabalho a fazer com as (novas) gerações. começando por aumentar a auto-estima das crianças de uma forma saudável.

P.S- gostei do blog